Terapia da Fala | 15 dicas sobre a Gaguez

Dia Internacional da Gaguez | 22 de outubro

A Perturbação da Fluência também designada no senso – comum como gaguez consiste na perturbação da fluência normal e no padrão temporal da fala, que se apresenta inadequada para o indivíduo.

A gaguez não define a personalidade, mas, muitas vezes, é usada como característica para definir a própria identidade. Apesar da gaguez não ter cura pode ser moldada e suavizada, de forma a atenuar a sua presença.

Toda e qualquer pessoa à exposição de meios menos confortáveis pode experienciar momentos de maior stress, provocando episódios de disfluência durante o discurso.

A prevenção, o diagnóstico precoce e a intervenção atempada podem evitar que a gaguez se torne crónica e, por isso, a orientação aos pais/cuidadores é considerada um fator fundamental.

Há várias situações em que é normal gaguejar:

• Quando a criança está a aprender a falar;
• Quando diz palavras difíceis;
• Quando está nervoso, com medo ou ansioso;
• Quando quer dizer várias coisas ao mesmo tempo.

Os comportamentos primários mais frequentemente encontrados são:

  • Repetição de sons, sílabas, partes de palavras e palavras;
  • Prolongamentos ou encurtamento das sílabas;
  • Pausas, hesitações e/ou bloqueios entre as palavras;
  • Comportamentos associados: Tensão muscular ou tremor (nos lábios, mandíbula, língua e pescoço), bater o pé, piscar os olhos e virar a cabeça;

15 dicas para falar com pessoas que gaguejam:

  • Olhe para a criança enquanto ele fala consigo;
  • Mostre interesse, valorizando o que ele tem para dizer e não só a forma como o faz;
  • Não aconselhar a ter calma, a falar devagar, a estar à vontade;
  • Aceite um certo nível de disfluência no discurso;
  • Evite comentários como “tem calma e fala devagar”, “pensa antes de falar”, “espera até conseguires dizer”. Com estes pedidos estamos muitas vezes a tentar sugerir uma forma mais fácil de falar. No entanto, ele nem sempre é capaz de o fazer. Por outro lado, pode senti-los como uma crítica negativa à forma como fala;
  • Esperar pacientemente que a pessoa com gaguez termine de falar e não se desconcentrar do conteúdo da mensagem;
  • Não concluir frases ou palavras. Isso prejudica uma vez que nem sempre ajuda a pessoa, ou está de acordo com o que era para ser dito;
  • Quando não se entende a mensagem é preferível pedir delicadamente para repetir o que havia dito a responder algo descontextualizado;
  • Sirva de modelo, falando de forma lenta e descontraída. Poderá também ler para ele de uma forma relaxada;
  • Controle as suas reacções: expressões de desagrado ou preocupação; suspiros; movimentos revelando stress, riso, etc.
  • Procure agir do mesmo modo caso ele esteja a falar de forma fluente ou disfluente;
  • Encoraje-o a falar frequentemente, mas não a obrigue a conversar caso ele não queira;
  • Falar abertamente sobre a gaguez;
  • Não o super proteja. Use a mesma disciplina como com qualquer outra criança;
  • Promova a sua auto-confiança, reforçando-a por tudo aquilo que ele faz bem. Nas situações de fala reforce aquilo que ele diz e não a forma como o diz. A ausência de períodos disfluentes não deverá ser reforçada uma vez que estaremos a chamar a atenção para a mesma, criando-lhe mais responsabilidade em situações futuras de fala;
  • Se a criança atravessa um período de grande disfluência proporcione-lhe experiências positivas de fala tais como canto, rimas, fala com ritmo, imitação de vozes, fantoches, sussurro, entre outros.