Uso das tecnologias: somos um bom exemplo para as gerações futuras?

Todos criticamos o tempo que as crianças e os/as adolescentes gastam com as novas tecnologias. E nós? Seremos um bom exemplo?

Ao longo do tempo temos assistido a um avanço massivo das novas tecnologias. Com elas vieram os smartphones, os tablets, a internet… A comunicação passou a ser mais rápida, acessível e abrangente. É através delas que trabalhamos, que nos informamos e que comunicamos.

Mas, como é que o uso das tecnologias, por parte dos adultos, pode influenciar o das crianças/adolescentes?

Uma das formas que as crianças têm de aprender comportamentos sociais é através da observação e imitação de modelos que tendem a ser produzidos pelos adultos de referência (i.e., pais/figuras cuidadoras). Este tipo de aprendizagem implica a aquisição de uma regra que suporte esse mesmo comportamento e tende a ser incentivada pela prática e/ou reforço do mesmo.

Vejamos o seguinte exemplo:

1º – A criança observa o pai/mãe ao telemóvel ( fase da Atenção)

2º – A criança perceciona o comportamento como sendo normal e passivel de produzir ( fase da Retenção)

3º – A criança reproduz o comportamento do pai/mãe ( fase reprodução motora)

4º – A criança perceciona a tarefa como algo so seu agrado e passa mais tempo ao telemóvel ( fase da motivação )

Os resultados de uma investigação levada a cabo pela Common Sense Media, onde participaram 500 famílias, demonstraram que cerca de 39% dos/as adolescentes achavam que os seus pais dedicavam muito tempo ao uso das novas tecnologias, sendo que 45% dos pais inquiridos reconheceram a prática deste comportamento.

Estes dados levam-nos a questionar e a (re)pensar no nosso papel enquanto adulto de referência no uso excessivo das tecnologias por parte das crianças e dos/as adolescentes.